O número de brasileiros que deixaram de pagar as suas dívidas e estão negativados agora em 2021 está em torno de 1,6 milhão de pessoas, de acordo com um estudo do Serasa Experian.
Boa parte dessa situação se deve à crise sanitária pela qual o país passa, mais a redução do auxílio emergencial, alto índice de desemprego e a inflação e, por isso, muitas dessas pessoas tiveram que priorizar determinadas contas e deixar outras de lado, fazendo as dívidas crescerem.
No entanto, a inadimplência já era um problema recorrente no país muito antes da crise. A ausência da educação financeira na vida dos brasileiros, falta de planejamento, parcelamentos a perder de vista, créditos fáceis, entre outras armadilhas, sempre contribuíram para esse tipo de situação.
Uma coisa é certa: quanto mais cedo adolescentes forem educados financeiramente e souberem sobre como poupar e investir seu dinheiro para o futuro (como investir em uma poupança ou previdência privada), maiores serão as chances de se tornarem adultos responsáveis com o uso dos seus recursos.
Pensando nisso, fizemos este artigo para que você entenda melhor o conceito de educação financeira e saiba por que ela é tão importante na criação de adultos maduros financeiramente. De bônus, confira algumas ideias de como contribuir para isso. Boa leitura!
O que este artigo aborda:
- O que é educação financeira?
- Qual a importância da educação financeira para os adolescentes?
- Como contribuir para a educação financeira dos adolescentes?
- Ensine a importância de poupar
- Ensine a fazer anotações de ganhos e gastos
- Ensine a não desperdiçar
O que é educação financeira?
A educação financeira é uma prática de conhecimento que visa ajudar as pessoas a organizarem o seu dinheiro e aprenderem como tirar o melhor proveito dele. Com esse aprendizado, desequilíbrios financeiros são evitados mais facilmente e as chances de prosperar são muito maiores.
Compreender o funcionamento de produtos financeiros também faz parte dessa educação, bem como quais são os investimentos mais adequados para os objetivos de cada um.
Mas, ao contrário do que muitas pessoas acreditam, a educação financeira não visa “formar” um entendedor de todo o mercado de finanças, como a Bolsa de Valores ou alterações que acontecem no mercado.
Na verdade, esse processo de educação é mais simples do que parece, pois ensina sobre aquilo que realmente importa no nosso cotidiano, com ações fáceis de serem adotadas mas que podem fazer muita diferença.
São exercícios simples de comportamento que ensinam como fazer um planejamento de vida, através de uma ótica real e também preventiva.
Qual a importância da educação financeira para os adolescentes?
A educação financeira importa para todas as idades em que se lida com o dinheiro, no entanto, na adolescência ela é extremamente importante.
Nesse sentido, é na adolescência, entre 12 e 18 anos, que o nosso cérebro processa melhor as os dados e informações e assimila melhor os hábitos.
Tendo acesso a esse tipo de aprendizado cedo, os jovens podem absorver melhor esse conhecimento e, consequentemente, ter mais autonomia para lidar com seu dinheiro, mesmo que seja pouco.
Essa educação também possibilita que os jovens reflitam sobre o que é realmente importante para eles, aprendendo sobre consumo consciente e como se manter lúcido em meio a uma sociedade tão consumista.
Além disso, é na adolescência que começa o ingresso de muitos no mercado de trabalho, então as responsabilidades aumentam e as contas passam a ser mais pessoais, e não da família e, começar a vida adulta com dívidas e negativado não é a melhor das situações.
Para concluir, esse tipo de educação também ajuda os jovens a viabilizarem seus sonhos, traçando planos realistas e aprendendo desde cedo a importância de saber controlar o dinheiro para conseguirem alcançar os objetivos que almejam.
Como contribuir para a educação financeira dos adolescentes?
A educação financeira nas escolas já deveria ter sido adequada aos currículos escolares até 2020, mas acabou ficando para trás por causa da pandemia.
De todo modo, se você tem filhos, sobrinhos, afilhados, amigos, enfim, se conhece algum (a) adolescente e gostaria de ensinar a ele (a) como lidar com o dinheiro, saiba que pequenas atitudes podem ser muito eficientes.
Veja algumas ideias simples que podem ajudar no desenvolvimento da educação financeira de um adolescente:
Ensine a importância de poupar
Aqui entra o exemplo de uma prática já há bastante tempo conhecida pelos pais: dar um cofrinho como presente e estimular o acúmulo de uma pequena poupança para que a criança compre os objetos desejados.
Desperte a consciência deles sobre os benefícios de deixar passar alguns desejos momentâneos para a conquista de um desejo futuro maior – um videogame ou uma bicicleta nova, por exemplo.
Se esse adolescente deseja algo, estipule um valor que ele precisa completar para que ele se mantenha empolgado em juntar esse dinheiro.
Assim, a conquista de um desejo através deste pequeno esforço, será um belo exemplo de como a vida adulta funciona para a conquista dos objetivos.
Ensine a fazer anotações de ganhos e gastos
Saber sobre o que se ganha e o que se gasta é um dos fundamentos principais da educação financeira.
Mesmo que sejam sobre valores baixos, como uma mesada, um dinheiro que os avós deram de presente de aniversário, será possível que o jovem compreenda a importância do equilíbrio que deve existir entre o dinheiro que entra e o que sai e com isso já saber da importância de poupar.
Essa é uma prática muito eficiente no aprendizado de uma boa gestão de finanças pessoais, e faz com que cada vez mais o jovem pense sobre aquilo que realmente merece que o seu dinheiro seja gasto.
Ensine a não desperdiçar
É preciso fazer os jovens entenderem que o mundo pode ser muito diferente do que está dentro da sua casa e que nem todos têm as mesmas oportunidades. Seja moradia, alimentação, educação e por aí vai.
Dizer não ao desperdício de água, energia, comida e dar exemplos no dia a dia de como evitar que esses recursos não sejam utilizados com sabedoria, é muito importante. Além disso, conversar e mostrar realidades diferentes vai estimular uma relação mais saudável com o dinheiro.
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