A especialização faz com que os profissionais se tornem mais competitivos: uma vez que possuem mais conhecimentos do que a média, se tornam mais caros, mas também mais lucrativos para as companhias que decidem mantê-los por perto.
Para não perder pessoas que podem promover mudanças internas, destacar-se no mercado e gerar boa rentabilidade, as empresas têm buscado soluções para a seguinte pergunta: como reter talentos? Geralmente, por meio de um bom pacote de benefícios e de um plano de carreira consistente.
Tal circunstância tem se mantido mesmo em tempo difíceis: os profissionais de alto gabarito, necessários para a recuperação da empresa após períodos de grande recessão – como o que estamos vivendo -, seguem recebendo uma série de vantagens.
Por outro lado, pessoas em cargos menos especializados têm se preocupado com a possibilidade da demissão, que nunca foi tão possível: infelizmente, os números não andam muito animadores.
O que este artigo aborda:
Taxa de desemprego: aumento significativo
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que foi divulgada no dia 28 de janeiro deste ano, a taxa de desemprego no Brasil foi de 14,1% no trimestre de setembro a novembro de 2020 e vitimou cerca de 14 milhões de pessoas.
Foi a maior taxa para o trimestre desde o início da pesquisa, em meados de 2012. Em comparação ao trimestre anterior (ou seja, junho a agosto), houve um cenário de estabilidade, visto que a taxa era de 14,4%. Em comparação com o mesmo trimestre de 2019, porém, a diferença é grande: são 2,9 pontos percentuais a mais (11,2%).
Ainda de acordo com os resultados disponibilizados na pesquisa, houve um aumento de 4,8% no número de ocupados no trimestre encerrado em novembro (85,6 milhões de brasileiros).
Trata-se de um aumento de 3,9 milhões no mercado de trabalho em relação ao trimestre anterior. Na prática, isso significa que o nível de ocupação subiu para 48,6%.
O crescimento da ocupação está relacionado a dois fatores: ao aumento dos empregos temporários, relacionado ao fim de ano, especialmente em lojas e prestadores de serviço, e ao retorno dos trabalhadores ao mercado, após um tempo longo de isolamento e a flexibilização das medidas de restrição.
Mais de 854 mil pessoas passaram a trabalhar no setor do comércio no trimestre finalizado em novembro. Isso significa que o setor privado, após apresentar queda intensa por conta das medidas de contenção do novo coronavírus, teve boa reação.
Além disso, houve aumento da população ocupada também nos setores de Indústria Geral (4,4%, mais 465 mil pessoas) e serviços sociais (2,6%, 427 mil pessoas).
A informalidade está crescendo
O número de pessoas empregadas sem carteira de trabalho subiu 11,2% (cerca de 980 pessoas) em relação ao trimestre anterior, contabilizando 9,7 milhões de trabalhadores informais. Em comparação com o mesmo trimestre de 2019, no entanto, houve queda de 17,6% (menos 2,1 milhões).
O que se pode perceber, segundo informações do IBGE, é que os trabalhadores informais, pela natureza de sua ocupação, foram os mais afetados no começo da pandemia. Também por isso, foram os primeiros a retornar ao mercado de trabalho.
Quando falamos sobre trabalhadores formais, por sua vez, houve aumento no número de empregados no setor privado: foram 895 mil pessoas a mais, 3,1% em relação ao trimestre anterior.
Atualmente, são 30 milhões de trabalhadores com carteira assinada, no setor privado. Em relação ao mesmo período de 2019, porém, os números são ruins: a categoria perdeu 1,7 milhão de trabalhadores.
O número de brasileiros ocupados caiu 9,4% quando comparamos com o trimestre finalizado em novembro de 2019. Na prática, houve uma redução de 8,8 milhões de pessoas.
A população que não buscou trabalho, mas que manifestou desejo de conseguir uma vaga, chamada pela pesquisa de população desalentada, manteve-se estável quando comparamos com os números do trimestre anterior: são 5,7 milhões de pessoas.
Em comparação ao mesmo trimestre de 2019, no entanto, houve crescimento de 22,9%, ou seja, mais de um 1,1 milhão de pessoas.
A situação de instabilidade política no país, acompanhada com oscilações econômicas, a desvalorização do real perante o país e a dificuldade de conter a pandemia têm gerado uma série de dúvidas sobre o futuro do trabalhador brasileiro.
Convém ficar atento às movimentações no cenário econômico e político, para que possamos ter uma ideia do melhor caminho a ser seguido.
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