Mesmo em meio à crise econômica vivida no país, o mercado de imóveis está aquecido. Com um cenário de juros baixos e bastante oferta, muitas pessoas estão buscando sair do aluguel para comprar a sua casa própria. E um dos principais motivos para o crescimento do setor são as construtechs.
De acordo com a Pesquisa do Mercado Imobiliário (PMI), feita pelo Secovi-SP (Sindicato de Habitação de São Paulo), o contexto atual mostra um crescimento de 130% no lançamento e vendas de unidades residenciais na cidade em junho de 2021, na comparação com o mesmo período do ano anterior.
O número de construtechs cresceu 235% nos últimos cinco anos, com um crescimento de 19,5% em 2020, segundo o Mapa das Construtechs e Proptechs 2021, realizado pela Terracota Ventures. No fim de 2020, 839 startups do setor estavam ativas no Brasil.
O que este artigo aborda:
O que é Construtech?
As construtechs são startups do setor de construção civil, que oferecem soluções para facilitar a construção e o lançamento de novas unidades residenciais e comerciais.
Ou seja, a classificação “envolve desde a construção pesada até startups que ajudam, por exemplo, a encontrar materiais de construção e conectar clientes aos profissionais que atuam no segmento”, explica Ingrid Barth, vice-presidente da Abstartups (Associação Brasileira de Startups) em entrevista à Startse.
Esse modelo de startups tem sido fundamental no mercado imobiliário, porque dá suporte a construtoras, empreiteiras, escritórios de arquitetura, imobiliária e outros. O apoio dessas empresas tem ajudado na redução de custos, na duração do projeto e no desperdício de materiais.
As construtechs atuam no setor de projetos e viabilidade de processos e na construção em si. Empresas trabalham desde o mapeamento e o loteamento de terrenos até a gestão de obras e toda a burocracia que se envolve no mercado imobiliário.
Mercado promissor em meio à crise
O Mapa das Construtechs e Proptechs Brasil 2021 aponta um crescimento de 23% destas startups no país em 2020 na comparação com o ano anterior. De acordo com a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil), a projeção do PIB do setor para 2021 é de 2,5%.
Aliado ao crescimento das construtechs, o mercado imobiliário tem um crescimento estimado em 35% para este ano, de acordo com a projeção da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias).
De acordo com dados da Startupbase, existem cerca de 13.856 startups espalhadas pelo Brasil; destas, 1,61% atuam no segmento de construção civil e 1,37% no mercado imobiliário.
Em relação às startups do segmento, o Mapa das Construtechs e Proptechs 2021 mostra que São Paulo é o estado com mais empresas ativas no setor, com 339 startups ativa; seguido por Santa Catarina, com 95 empresas; e Paraná, com 87.
Construtechs e as cidades inteligentes
Assim como outros modelos de startups, as construtechs são empresas necessárias para o setor imobiliário em um futuro próximo com a consolidação de cidades inteligentes (smart cities).
As cidades inteligentes são locais que vão utilizar a internet das coisas, pelo machine learning e pela ciência de dados, com foco em melhorar a qualidade de vida, usando todo o poderio tecnológico para o bem da sociedade.
Segundo a ONU (Organizações das Nações Unidas), a projeção é de que existam 9,7 bilhões de pessoas em todo o mundo até 2050, sendo que 70% desta população viverá em cidades inteligentes.
O crescimento das construtechs no Brasil mostra o amplo leque de oportunidades do mercado imobiliário. Em um cenário de incertezas econômicas, mas com financiamentos a juros mais baixos, o setor deve consolidar o seu crescimento nos próximos anos.
E a expectativa é o crescimento de demanda por construtechs e proptechs nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, já que a maioria das startups do setor estão concentradas nas regiões Sul e Sudeste do país. As construtechs estão capitaneando a retomada do setor imobiliário brasileiro.
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