A área da Medicina continua sendo um dos mais altos atrativos de jovens adultos que desejam cursar uma graduação tradicional. A formação médica deve embasar os futuros profissionais da saúde quanto aos conceitos gerais da medicina de forma aprofundada, bem como disseminar constante atualização e variedade de atuações dentro desse campo tão essencial na sociedade.
Universidades como a USP são disputadas por milhares de candidatos de todos os cantos do país, mas existem também os cursos técnicos voltados a profissionais de enfermagem e cursos de Medicina regularizados em universidades particulares.
Conheça um pouco mais do perfil da educação médica no Brasil, passando pelo surgimento das primeiras instituições voltadas ao ensino de Medicina no país até os modelos de formação atuais.
O que este artigo aborda:
- Formação de Medicina no Brasil: o início tardio
- Desafios socioculturais na formação médica no Brasil
- A tradição encontra a tecnologia
- Conclusão
Formação de Medicina no Brasil: o início tardio
A primeira escola de Medicina no Brasil foi fundada em 1809, às custas da necessidade da família real, que passou a viver no país. Poucos anos depois, surgiram outras escolas distribuídas em lugares como o Rio de Janeiro, porém o ensino ainda era voltado às técnicas de ‘’médico barbeiro’’, com poucos conhecimentos sólidos em procedimentos cirúrgicos.
Durante o período da República, as escolas de Medicina se pautaram menos no modelo de ensino católico e mais no modelo europeu, originado na França. Em 1832, foi fundada a Sociedade de Medicina, que começou a implementar as faculdades de Medicina no Brasil com cursos de duração similar aos de hoje.
Uma das instituições mais famosas pelo seu curso de Medicina é a Faculdade de Medicina da USP, fundada em 1934. Até hoje, o curso segue sendo referência no país, com profissionais conhecidos pela grande mídia e atuando em cargos importantes em órgãos de saúde.
Desafios socioculturais na formação médica no Brasil
Por anos, a Medicina foi vista como uma área profissional ‘’exclusiva’’ das classes privilegiadas. Com a inserção de políticas públicas inclusivas, pessoas de grupos sociais menos favorecidos tiveram acesso à área, que passou a ter uma maior abrangência em termos de origem social.
Os cursos de Medicina são de longa duração e exigem uma dedicação de tempo integral. Isso ainda é um fator limitante para pessoas de baixa renda, que, na maioria das vezes, precisam trabalhar simultaneamente ao curso e não podem contar com a mesma quantidade e com a mesma qualidade de tempo de estudo que pessoas com maior renda.
Um grande desafio enfrentado pelas faculdades de Medicina também é ampliar a visão dos futuros médicos com relação às possibilidades de atuação fora da sala de aula. Isso faz com que muitos médicos não saiam preparados para lidar com a realidade de atendimento em determinadas regiões, o que acaba criando profissionais distantes do contexto em que atuam diariamente.
A tradição encontra a tecnologia
O curso de Medicina é um dos mais antigos ensinados no Brasil, e sua tradição é respeitada por ter formado médicos de renome, incluindo nomes internacionais. Entretanto, com o desenvolvimento de novas tecnologias aplicadas ao cotidiano médico, as faculdades lidam com um constante desafio de incluir os dois lados de forma adequada para os alunos.
Além disso, os laboratórios de ensino existentes em faculdades poucas vezes se assemelham aos ambientes reais de trabalho. Isso pode limitar a aplicação do conhecimento a locais com menos escassez de recursos, mas, ao mesmo tempo, estimular a descoberta de adaptações dessa mesma tecnologia de forma eficiente em situações com poucas possibilidades.
Conclusão
De forma geral, a educação médica no Brasil se mantém relevante, mas enfrenta desafios que são refletidos diretamente na qualidade desses profissionais; na abrangência de conhecimentos voltados para as mudanças da sociedade e na oferta de experiências reais, fora do ambiente “montado” das faculdades e, que muitas vezes, nunca fez parte da realidade dos alunos.
Artigos relacionados:
